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Moçambicanos têm motivos para alguma esperança, dizem analistas


Vendedor de rua, Quelimane, Mocambique
Vendedor de rua, Quelimane, Mocambique

As irregularidades registadas nas eleições de 15 de Outubro passado e a violência armada nas regiões centro e norte de Moçambique constituem uma séria ameaça para Moçambique, em 2020, apesar de a economia dar sinais de recuperação.

Alguns analistas dizem que os moçambicanos têm motivos para ter alguma esperança quanto a um futuro melhor no ano que agora começa.

Moçambicanos têm motivos para alguma esperança, dizem analistas
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Fernando Lima, presidente do Conselho de Administração do grupo privado de comunicação social, Mediacoop, proprietário do jornal Savana, diz que o optimismo é baseado em factos concretos.

Lima diz que "há melhorias na economia; também há sinais de que Moçambique está a levar mais a sério todo o debate sobre a corrupção, e isso pode significar também uma melhoria nas relações de Moçambique com a comunidade internacional".

Contudo, ele realça que há ameaças, porque "aquilo que aconteceu nas eleições é grave, mostra que existem forças anti-democráticas muito fortes".

Na opinião deste analista, "as graves irregularidades registadas nas eleições podem trazer prejuizos para Moçambique, internamente com o recrudescer de acções de violência, que decorrem de factores políticos como são as eleições, e no campo externo, uma punição a Moçambique por acomodar essas irregularidades políticas".

Entretanto, o economista João Mosca diz não saber se é certo que vai existir alguma recuperação económica, excepto em dois ou três sectores da economia, entre os quais os de gás e transportes.

Mosca explica que no conjunto da actividade económica, sobretudo aquela que afecta directamente os cidadãos, "não me parece que seja expectável alguma melhoria significativa".

João Mosca afirma que ao nível das variáveis inflação, taxas de juro, balança de pagamentos, pode ser que haja melhoria, “mas isso não faz parte da economia real".

"Há um desafio muito grande que não se deve ignorar, que é a necessidade de se intensificar a luta contra a corrupção, para que as receitas resultantes da exploração dos recursos energéticos sirvam, de facto o Estado e os moçambicanos", defende o analista Paulino Cossa.

Por seu turno, o economista António Francisco considera a recuperação da confiança dos investidores e credores que abandonaram a cooperação com Moçambique, na sequência da descoberta das dívidas ocultas, como um grande desafio para o Governo.

"Vai ter que recuperar essa confiança, para que seja possível reactivar o sector produtivo e colocar a dívida do país a um nível sustentável", defendeu António Francisco.

O ministro moçambicano da Economia e Finanças diz que os investidores e credores já têm confiança no Governo, estimando em cerca de 60 mil milhões de dólares o volume de investimentos previstos para os próximos anos.

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