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Moçambique: Salários mínimos não acompanham custo de vida, dizem analistas


A inflação estatística não coincide com o custo de vida para o bolso do cidadão, afirmam muitos economistas.

Em Moçambique, uma semana depois de terem sido aprovados, os novos salários mínimos por sectores de actividade continuam a dar de falar.
É que os salários mínimos deste ano foram reajustados depois do agravamento do preço dos transportes e de alguns produtos alimentares, factores que não foram tidos em conta nos aumentos oferecidos.
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Sindicatos, trabalhadores e alguns economistas convergem na opinião de que, com os novos mínimos mensais, cujos reajustes variam de 5 a 32 por cento, são apenas poeira nos olhos do pacato trabalhador.

Damião Simango, secretário da Central Sindical da Organização dos Trabalhadores Moçambicanos, considera que o governo e os empregadores aumentaram o salário com uma mão e tiraram com a outra.

Na base do recente reajustamento, o salário mínimo mais baixo é de cerca de 70 dólares e o mais alto, de 125 dólares.

O governo e os empregadores tomam como base para os reajustamentos, que acontecem uma vez por cada ano, os níveis da inflação do ano anterior, o que significa que quanto menor for a inflação, menos é o valor de reajuste.

Segundo o economista Humberto Zaqueu é nesta fórmula que surgem os problemas, uma vez que a inflação estatística não coincide com o custo de vida para o bolso do cidadão.

O salário mínimo deste ano foi reajustado numa depois do agravamento do preço dos transportes e alguns produtos alimentares, factores que não foram tidos em conta no aumento oferecido.

Os sindicatos continuam a reivindicar que o salário mínimo nacional deveria ser capaz de custear o cabaz mínimo para uma família de pelo menos quatro pessoas.

Nas contas deste ano, o cabaz mínimo familiar é fixado em seis mil meticais, cerca de 200 dólares, havendo sectores como agricultura e pesca artesanal, cujos mínimos estão a cerca de um terço das necessidades.
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