Moçambique é o único país africano lusófono que consta da lista das nações que, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) precisam de ajuda alimentar.
No seu estudo "Perspectiva de Culturas e da Situação Alimentar", esta organização afirma que apesar de existirem consideráveis reservas alimentares das colheitas de cereais nos 29 países que necessitam de ajuda, a insegurança intensificou-se devido a vários factores, incluindo a seca localizada.
A representante em Moçambique do Programa Mundial de Alimentação (PMA), Carmen Mamente, diz que cerca de um quarto de pessoas ainda enfrenta a insegurança alimentar crónica, e mais de 40 por cento de menores de cinco anos sofre de desnutrição crónica.
Mamente apontou a pobreza generalizada, SIDA, desemprego nas zonas rurais e choques causados por mudanças climáticas como alguns dos principais factores que contribuem para a insegurança alimentar em Moçambique.
O representante do FAO, Castro Camarada, diz serem necessárias políticas de desenvolvimento no meio rural.
"É preciso direccionar algumas acções para um sector muito especial da população rural, que são os jovens, porque estes têm ambições que muitas vezes não encontram por via de emprego e das condições existentes no meio rural, aquilo que pretendem", destacou o representante do FAO.
O ministro da Indústria e Comércio, Ragendra de Sousa, diz que a produção agrícola tem vindo a aumentar, mas que se colocam problemas ao nível dos mercados, porque os pequenos produtores estão dispersos.
