Moçambique está prestes a alcançar o pico da sua produção de açúcar, estimada em 500 mil toneladas por ano, mas ainda tem desafios relacionados com o não aproveitamento de subprodutos da cana sacarina.
Nas quatro açucareiras existentes en Moçambique, nomeadamente, Xinavane e Maragra, na província de Maputo; e Marromeu e Mafambisse, em Sofala, espera-se uma produção estimada em 430 mil toneladas de açúcar, mais 16.4 por cento do que a registada em 2016, e que foi afectada por uma seca severa.
O economista Eduardo Sengo diz que, apesar deste crescimento, os desafios do sector são enormes.
"Um desses desafios é estudarmos como emergir da indústria do açúcar para a indústria da cana de açúcar, porque neste momento fazemos pouco aproveitamento da cana, quando podíamos produzir também o álcool".
Entretanto, Rosário Cumbe, Administrador-delegado da Açucareira de Xinavane, diz que uma refinaria com capacidade para 90 mil toneladas por ano de açúcar, a primeira no país, será concluída até outubro do próximo ano, e isso forçará a indústria a aumentar a produção.
Em 2016, Moçambique exportou cerca de 138 mil toneladas de açúcar para os diferentes mercados, o principal dos quais tem sido o da União Europeia.
O fraco envolvimento das comunidades no negócio do açúcar é outro desafio, dizem os analistas deste sector, que esta semana avalia o seu desempenho, na capital Maputo.
Jorge Manjate, do Centro estatal de Promoção da Agricultura, diz ser necessário um maior investimento na expansão das áreas de produção de cana para fornecer à indústria, e nisso, as comunidades devem estar cada vez mais envolvidas.