Alguns meios de comunicação de Moçambique especulam que a visita de Filipe Nyusi à China visa fazer face aos desafios resultantes da suspensão do apoio ocidental ao orçamento de Estado, mas o presidente moçambicano afirma que a deslocação foi marcada antes do despoletar da questão da dívida externa.
Alguns jornais e redes sociais moçambicanos insinuam que os problemas com o endividamento do país precipitaram a visita de Nyusi à China, país, que nos últimos tempos, tem sido um parceiro estratégico de Moçambique.
O jornalista Marcelo Mosse escreveu na sua página de Facebook que "agora que a caridade e os mercados ocidentais se fecharam, Moçambique dá outra vez uma guinada à China".
Contudo, o estadista moçambicano disse a jornalistas que uma coisa nada tem a ver com a outra.
Ele esclareceu que tanto as recentes visitas à Alemanha e Bélgica, como esta deslocação à China foram programadas há bastante tempo, "quando ainda não se falava do FMI (Fundo Monetário Internacional".
"Relativamente à China, tínhamos acordado que após as eleições (presidenciais) eu ou qualquer outro indivíduo que saísse vitorioso, visitaria a China, porque são relações entre países", afirmou Nyusi.
Moçambique está interessado no investimento chinês, nas áreas de agricultura, energia, telecomunicações e infraestruturas, entre outras que "possam contribuir para o desenvolvimento do país," disse.
O Banco Mundial, o FMI e um grupo de 14 países que financiam o Orçamento de Estado moçambicano suspenderam o seu apoio, após a revelação de dívidas ocultadas nas contas públicas.