As causas da explosão de um camião-cisterna na passada quinta-feira, a 65 quilómetros de Tete,continuam por esclarecer.
A explosão causou, pelo menos, 80 mortes e dezenas de feridos, no povoado de Caphiridzange, distrito de Moatize.
A ministra da Administração Estatal e Função Pública, Carmelita Namasulua, disse que, entre as vitímas há duas grávidas e 12 crianças, que estavam envolvidas no roubo coletivo do combustível.
O Governo dá consistência à versão de que o incêndio foi provocado por faiscas de objectos metálicos usados pela população para perfurar o tanque do camião, após os motoristas terem abandonado a viatura.
“Fomos informados que algumas pessoas tentaram furar o tanque de combustivel (...) então era a possibilidade de todo aquele que tivesse força, para obter aquele liquido,” disse Namashulua, que chefia a equipa governamental.
De seguida, continua Namashulua, “houve um movimento desusado, uns a tentar tirar com bidons - meter e tirar no tanque como se estivesse a tirar água do poço - e com todo o tipo de objectos, plásticos e metálicos; outros tentaram tirar com mangueira".
A versão do aquecimento do camião-cisterna poderá ser posta de lado, mas os resultados apenas serão divulgados por uma comissão de inquerito criado para o efeito.
Inicialmente foi reportado um curto-circuito numa motobomba e que um polícia terá disparado e provocado a explosão.
Trinta e cinco ainda em estado grave
A VOA soube que o camião-cisterna com matrícula malawiana terá sido desviado da rota que o levaria ao Malawi para um um campo habitual de tráfico de combustível, onde parte da carga seria retirada para os bidões de um grupo de revendedores de rua.
Entretanto, mais de 60 pessoas continuam internadas no Hospital Provincial de Tete, 35 das quais com queimaduras graves.
As autoridades reforçaram aquele hospital com médicos de Manica e Sofala, medicamentos e 15 dispositivos de climatização para os blocos de enfermaria.
No domingo, o Governo mandou exumar 12 corpos de vítimas da explosão que enterrados numa vala comum próximo do local da tragédia e sepultá-los no cemitério local, em resposta aos apelos da comunidade que não quer túmulos no caminho que vai dar à aldeia.