O chamado escândalo Ematum está agora a afectar a posição de Moçambique nos mercados internacionais.
A agência de notação financeira Standard & Poor`s desceu o `rating` de Moçambique para B-, considerando que a reestruturação do empréstimo da Ematum pelo Governo configura uma dívida que indicia a falência iminente da empresa.
Para esta companhia o problema não se fica pela Ematum - Empresa Moçambicana de Atum, sendo um exemplo da governação.
"As dificuldades financeiras da Ematum, estabelecida em 2013, levantam questões maiores sobre o modelo de governação em Moçambique e a gestão governamental da dívida do setor público", refere a S&P.
Em causa está um empréstimo de cerca de 760 milhões de euros contraído em 2013 no mercado obrigacionista europeu, e cujo pagamento é garantido pelo Estado, e sobre o qual o ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, confirmou que seria o Estado a pagar cerca de 500 milhões de dólares, depois de a empresa ter assumido os restantes 350 milhões.
As contas da Ematum, publicadas em Maio, revelam uma empresa em dificuldades, tendo perdido quase 25 milhões de dólares no ano passado, o que deverá ter influenciado a decisão do Governo de tentar reestruturar a parte da dívida da empresa cujo pagamento cabe ao Estado.
A Standard & Poor traça um panorama mesmo favorável à economia de Moçambique do que anteriormente afirmando que o país não deverá “exibir um crescimento `per capita` alto para um país no seu estádio de desenvolvimento" e acrescentando que “os déficites da balança corrente continuam muito altos e os défices orçamentais são significativos”.
Esta é a segunda vez que a agência desce a avaliação que faz do crédito do país, já que em fevereiro tinha descido a avaliação de B+ para B.