Em Moçambique, um grupo de homens armados atacaram hoje um posto polícial no distrito de Moatize, na provincia de Tete, e incendiaram uma viatura, 48 horas depois de duas investidas na Zambezia e Niassa.
Segundo o porta-voz do comando da Polícia de Tete, Luís Nudia, os homens armados do maior partido da oposição em Moçambique, em número desconhecido, abriram fogo contra uma posição polícial em Mboza (Moatize), na estrada que liga Tete ao Malawi, tendo incendiado uma viatura parqueada no local.
“O ataque contra o posto policial ocorreu na madrugada de hoje, e registamos um dano material, com a destruição de uma viatura que estava ai parqueada” disse Luís Nudia, adiantando que a posição respondeu ao ataque.
Recentemente os homens armados invadiram um posto de saude e retiraram vários tipos de medicamentos em Banga, no distrito de Tsangano (Tete), segundo a Polícia.
No domingo, homens armados da Renamo invadiram a localidade de Maiaca, no Niassa, norte de Moçambique, e assaltaram o centro de saúde, as instalações da polícia e a casa do administrador.
Segundo testemunhas, o ataque de domingo realizado na madrugada por um grupo de 12 homens da Renamo, nove dos quais armados, é o segundo numa semana a uma localidade no distrito de Maúa, uma região rara com incidentes de violencia politica, o que forçou o comando provincial da Polícia a mobilizar mais agentes para reforçar a segurança na região.
Os atacantes levaram medicamentos do centro de saúde, peças de fardamento das instalações da PRM, onde queimaram processos e outros bens, e eletrodomésticos da residência do administrador local, que ficou parcialmente destruída, relataram as mesmas testemunhas.
Já no sábado um grupo de 20 homens armados da Renamo invadiu a vila sede do distrito de Mopeia, província da Zambézia, no centro de Moçambique, e ocupou o comando da polícia durante uma hora.
A normalidade voltou ao fim da tarde de após a partida do grupo armado, e a com o regresso da população, que tinha fugido em pânico pela madrugada.
“Tivemos o registo de dois obitos, sendo um recluso que estava nas celas da Polícia que acabou baleado. Também a destruição da esquadra, além de uma viatura da Polícia e outra afecto aos serviços de educação”, declarou a VOA Jacinto Felix, porta-voz da Polícia da Zambezia, adiantando que foram saqueados na unidade de saúde do distrito, medicamentos, lençóis e redes mosquiteiras.
A instabilidade militar tem marcado nos últimos meses a região centro de Moçambique, com relatos de confrontos entre o braço armado da Renamo e as Forças de Defesa e Segurança, além de denúncias mútuas de raptos e assassínios de dirigentes políticos das duas partes.
O Presidente da Republica, Filipe Nyusi, condicionou recentemente o encontro ao alto nivel um cessar fogo imediato na região centro e norte de Moçambique, mas o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, descartou essa possibilidade na semana passada, defendendo que intensificaram ataques as suas posições.
A Renamo recusa-se a aceitar os resultados das eleições gerais de 2014, ganhas oficialmente pela Frelimo, e exige governar em seis províncias onde reivindica vitória no escrutínio.