O Fundo Monetário Internacional (FMI) está disponível para negociar com Moçambique um programa estrutural de longo prazo, anunciou, ontem o seu representante, em Maputo.
Porém, o FMI aguarda a ansiosamente a divulgação, pela Procuradoria Geral da República, do relatório sumário, numa primeira fase, e completo da auditoria às dívidas ocultas, documento elaborado pela empresa Kroll.
Na apresentação das perspectivas económicas para Moçambique, o FMI disse que o crescimento do país será na ordem de 4,5% em 2017.
Economistas e analistas moçambicanos dizem, com certas reservas, que os dados reflectem a realidade do país.
A visão é subscrita pelo Economista Salimo Valá. "Há uma retoma, uma ligeira melhoria da situação económica, nós tivemos uma situação muito difícil em 2016, mas as perspectivas de crescimento económico são mais promissoras", disse.
O economista Luís Magaço diz que esta rápida recuperação ainda não tem reflexo no bolso do cidadão, algo que é subscrito pelo analista e jornalista Alexandre Chiure.
"Quando a recuperação é tão rápida, de mais de dez por cento de recuperação num período de três a quatro meses, não é um bom sinal, porque as pessoas ainda estão como mesmo hábitos e níveis de consumo", disse Magaço.
Chiure, considerou que "este crescimento ainda está muito longe de poder reflectir na mesa do cidadão, no sentido de melhoria das condições de vida do cidadão, no sentido de aumentar a capacidade de compra, mas de qualquer forma esses números aritméticos estimulam-nos".
Chiure acredita que as autoridades moçambicanas irão divulgar o conteúdo do relatório da Kroll, por forma a voltar ganhar confiança.