Em Moçambique, alguns analistas políticos dizem que o candidato presidencial derrotado, Venâncio Mondlane, que tem estado a promover os protestos contra os resultados eleitorais, por considerá-los fraudulentos, precisa reconsiderar a sua forma de luta sob pena de se tornar secundário neste processo. Alguns partidos políticos já avançam com ideias concretas para a estabilização do país.
Em várias cidades, os protestos contra os resultados das eleições de 9 de outubro diminuíram significativamente, registando-se ultimamente atos de vandalismo e destruição de propriedades públicas e privadas.
No entanto, observadores em Maputo apontam para o facto desses atos continuarem, apesar dos apelos de Venâncio Mondlane para o fim da violência.
O analista político Egidio Plácido considera que Mondlane teve o mérito de desencadear a onda de protestos, mas "corre o risco de deixar de ser o principal ator político por insistir na violência".
O porta-voz da Renamo diz que o seu partido já tem preparado um conjunto de ações para acabar com a grave situação que se vive em Moçambique e que dentro de dias vai apresentá-lo aos outros partidos, incluindo o Podemos, organizações da sociedade civil e academia, "com vista a salvaguardar os interesses de desenvolvimento do país’’.
Marcial Macome anota que "não se trata de buscar nem defender interesses ou protagonismos individuais, mas trata-se de encontrar soluções para os problemas que o país enfrenta’’.
Por seu lado, Egidio Plácido reitera o mérito de Venâncio Mondlane no debate político moçambicano, mas sublinha que, nos últimos tempos, a mensagem que tem estado a transmitir aos seus apoiantes tem pouco conteúdo ‘’e visam fundamentalmente a sobrevivência política dele’’.
O também analista político Egidio Vaz aponta que o futuro político de Mondlane é incerto, porque ele tem poucas chances de integrar o Podemos "por causa dos danos que causou àquele partido’’.
O jornalista Alexandre Chiure destaca o papel do candidato presidencial na luta por reformas políticas, mas sublinha que muitas pessoas que estão nas ruas, ‘’não estão a lutar apenas contra os resultados eleitorais, mas contra a exclusão, a governação e falta de oportunidades, sobretudo em termos de emprego’’.
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