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Moçambique: Queixas de desaparecimento e assassinato de mulheres agitam Maputo


Moçambique, Praça da OMM, Maputo
Moçambique, Praça da OMM, Maputo

A cidade e província de Maputo vivem momentos de agitação, por conta de queixas de rapto de mulheres e tráfico de órgãos. A polícia desconhece os casos, mas promete investigar.

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Maria Macamo é o mais recente caso de mulher que alegadamente desapareceu misteriosamente em Maputo. Os familiares dizem que ela saiu de casa há precisamente uma semana, a convite de uma pessoa conhecida, com promessa de emprego num dos bairros da cidade de Maputo. Desde então, não se sabe do seu paradeiro.

"Já procuramos junto das amigas, hospitais e esquadras, mas até aqui não há sinal dela", disse um dos familiares, que prefere omitir o nome.

Nesta semana, a aposta para a busca do rasto da jovem de 28 anos de idade tem sido através das redes sociais porque, segundo os parentes, ao nível da polícia, o caso anda mal parado.

"Já participamos o desaparecimento em postos policiais e, até levamos para a esquadra a pessoa que lhe falou do suposto emprego, mas, tudo o que a polícia fez foi levar a foto da desaparecida para, alegadamente, fazer circular nos seus grupos internos, com promessa de posteriores contatos", explicou o familiar.

Nos últimos meses, foram reportados casos de mulheres que, após desaparecerem por semanas, foram encontradas mortas e sem alguns órgãos.

Finoca, uma jovem que era residente no município da Matola é um dos casos. A família ainda não percebe o que aconteceu.

Investigação

"Ela saia da igreja a caminho de casa. Não sabemos o que aconteceu, contudo, depois de alguns dias desaparecida, foi encontrada morta e sem parte dos órgãos. O que nós queremos é apenas que Deus nos console, porque está difícil", disse Felismina, irmã da finada.

Instado a pronunciar-se sobre o assunto, o porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), ao nível da cidade de Maputo, Leonel Muchina, afirma que a corporação está a par da inquietação.

Mas Muchina frisa não haver qualquer denúncia ao nível das esquadras.

"Das averiguações que fizemos, constatamos que, ao nível das nossas esquadras e postos policiais e outros sectores criados ao nível dos bairros, não temos registo sobre cenários como estes", diz o porta-voz.

Ele ressalva que “podem ser cifras negras”, uma referência a casos que podem ter acontecido, mas não foram reportados à Polícia.

Mesmo assim, diz Muchina, a corporação vai investigar os casos.

Enquanto a PRM faz promessas, um grupo de ativistas sociais, que inclui artistas e influenciadoras, iniciou uma campanha para denunciar a onda de desaparecimentos, na qual realça que "o tráfico de órgãos é uma realidade e está cada vez a crescer em Moçambique”.

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