A greve convocada pelos médicos moçambicanos para começar a 7 de Novembro está a agitar o sistema nacional de saúde.
Os enfermeiros também se mostram preocupados, mas para já afastam a possibilidade de se juntar à greve.
O Governo, através de um porta-voz do Ministério da Ecomomia e Finanças, diz que vai analisar os problemas ligados à Tabela Salarial Única, enqaunto a Renamo, principal partido da oposição, pede a demissão dos ministros da Economia e Finanças, Max Tonela, e da Administração Estatal e Função Pública, Carmelinda Namashulua.
A Associação Médica Moçambicana entregou nesta sexta-feira, 28, ao Governo o caderno reivindicativo com o prazo de 7 de Novembro, como a data para o início de 21 dias de greve no Sistema Nacional de Saúde.
A reivindicação principal é a melhoria salarial e maior consideração da profissão, que a associação diz estarem a ser prejudicados pela nova tabela salarial que este mês entrou em vigor na função pública.
Milton Tatie, presidente da associação, diz que a "classe tentou todas as vias de diálogo, mas, infelizmente, houve mais monólogo que diálogo, pelo que não havia outra posição a tomar".
Os enfermeiros revêm-se nas reivindicações e ponderam mesmo seguir a mesma via, caso não haja mudanças.
"Estamos preocupados com o que a nova tabela salarial nos trouxe, mas para já não prevemos qualquer manifestação, contudo, esta hipótese pode ser ponderada, caso não haja revisão da tabela", avisa o secretário executivo da Associação dos Enfermeiros.
Enquanto isso, quem olha para a situação com apreensão são os utentes do serviço público de saúde, tendo alguns dito à VOA que são eles que vão pagar com a greve e esta situação.
Demissão de ministros
A oposição, através da Renamo, convocou a imprensa para exigir a queda do ministro da Economia e Finanças, Max Tonela, e da ministra da Administração Estatal e Função Pública, Carmelinda Namashulua.
“Exoneração imediata”, afirmou o porta-voz da comissão política do partido Alfredo Magumisse, nesta tarde por considerar que os ministérios “não têm condições técnicas para enquadrar os diferentes grupos profissionais na nova tabela”.
Do Governo, a única reacção foi a de Hermínio Sueia, presidente do Conselho de Administração do Centro de Desenvolvimento de Sistemas de Informação de Finanças, instituição tutelada pelo Ministro da Economia e Finanças, que prometeu analisar todas as reclamações.
"Existe uma comissão que tem a sua respectiva presidência, que vai analisar essas reclamações, vai clarificar, vai verificar a legitimidade e depois tomará decisões e nós iremos implementar no sistema as decisões que forem tomadas, se forem diferentes daquelas que já se encontram implementadas no sistema”, afirmou Sueia à VOA.
Ele reconheceu haver salários em atrasos, facto que se deve à complexidade do processo, mas diz que até final do mês todos os que estão abrangidos pela Tabela Salarial Única terão os seus ordenados pagos.
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