A Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) prorrogou por mais três meses o mandato da sua Missão em Estado de Alerta no norte de Moçambique (SAMIM na sigla em inglês), mas analistas consideram insustentável o modelo de luta contra o terrorismo no país, embora divirjam relativamente à via negocial como forma de se acabar com o fenómeno.
O analista político Raúl Domingos diz que esta forma de está longe de ser sustentável.
"As guerras sempre são insustentáveis porque exigem muitos recursos de que muitos países não dispõem, sendo por isso que acabam sendo desgastantes e destruidoras e levam os Estados ao colapso", realça.
Para Raúl Domingos, que é presidente do Partido para a Paz, Democracia e Desenvolvimento (PDD), é preciso eliminar as causas da guerra, apostando na via negocial.
"Eu sempre defendi a negociação, apesar de existirem vozes que dizem que não se deve negociar com terroristas porque não têm rosto, mas para mim, eles têm rosto, porque já ouvimos várias vezes de líderes que foram abatidos, o que significa que antes de serem abatidos, alguém sabia da existência deles", conclui.
Por seu lado, o jurista Ignésio Inácio pergunta “o que a SADC vai fazer em Cabo Delgado com um orçamento tão exíguo” e diz ter dúvidas de que o Ruanda consiga manter em Moçambique as suas forças por muito mais tempo, numa altura em que muitos países, sobretudo africanos, se debatem com a falta de recursos financeiros.
Por seu turno, o analista Moisé Mabunda considera insustentável a forma de luta contra o terrorismo no norte de Moçambique porque a SADC não tem dinheiro, “sendo necessário encontrar outra estratégia, mas que não seja a negocial porque o que se passa em Cabo Delgado é uma agressão ao Estado moçambicano.