Os chefes de Estado dos países da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) concordaram na cimeira realizada nesta quarta-feira, 12, estender a presença de tropas em Moçambique para ajudar o Governo a combater a insurgência ligada ao Estado Islâmico.
"A Cimeira observou o bom progresso feito desde o destacamento da Missão da SADC em Moçambique e alargou o seu mandato", lê-se no comunicado divulgado no final do encontro na capital do Malawi, Lilongwe, sem, no entanto, indicar por quanto tempo será a extensão.
Os países da SADC concordaram em Junho enviar tropas para ajudar Moçambique a enfrentar a insurgência, que se concentra na província de Cabo Delgado, no norte, e já custou milhares de vidas desde que eclodiu em 2017.
A força SAMIM, nas siglas em inglês, começou a operar no terreno a 9 de Agosto e em Outubro teve a sua missão alargada por três meses.
Ainda na nota, "a cimeira reconheceu a expressão de gratidão à SADC do Governo da República de Moçambique pela continuação do apoio regional face aos actos de terrorismo e extremismo violento em alguns distritos da província de Cabo Delgado, apesar dos recursos limitados e os desafios atuais impostos pela pandemia”.
Ontem a troika, formada pela África do Sul, Namíbia e Bostwana, que detém a presidência rotativa da SADC, neste momento já tinha endossado a extensão da missão.
O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, afirmou no encontro que “estamos todos estar cientes da necessidade de continuar a combater o terrorismo em Moçambique, um país irmão".
A SADC e o Ruanda têm cerca de dois mil soldados cada em Moçambique para ajudar o exército nacional a combater os terroristas ligados ao Estado Islâmico que desde Outubro de 2017 provocaram cerca de três mil mortos, mais de 850 mil deslocados e muita destruição em Cabo Delgado.