A Polícia da República de Moçambique (PRM) afirmou que dois polícias foram mortos no distrito de Moma, na província de Nampula, esta quinta-feira, 9.
"Na sequência de atos violentos, dois membros da Polícia da República de Moçambique, saindo do serviço, foram interpelados na via pública e agredidos fisicamente até a morte e os respetivos corpos carbonizados", informou o porta-voz da corporação, Orlando Mudumane, durante uma conferência de imprensa em Maputo.
Pelo menos três pessoas ficaram feridas e outras três pessoas foram detidas em Maputo durante confrontos com a polícia durante a receção de Venâncio Mondlane, disse ainda a PRM, fazendo o balanço das ocorrências registadas durante marchas de recepção de Venâncio Mondlane, após cerca de dois meses de exílio.
Segundo Mudumane, pelo menos cinco viaturas, incluindo uma da PRM, que o porta-voz diz ter sido vandalizada.
O Hospital Central de Maputo confirmou a morte de três pessoas e vários feridos. De acordo com a Plataforma Decide outras seis foram baleadas durante a manifestação de apoio a Mondlane.
O candidato presidencial foi recebido, em Maputo, por uma multidão e fortes medidas de segurança. A polícia acabou por dispersar a multidão com recurso a tiros e gás lacrimogéneo.
Mondlane afirmou que o seu trabalho ainda não terminou, que quer a reposição da verdade eleitoral, apresentando-se como o vencedor das eleições.
165 mortes desde 23 de dezembro
A Plataforma Eleitoral Decide avançou esta quinta-feira, 9, números atualizados relativamente aos protestos em Moçambique desde 23 de Dezembro até dia 9. A organização registou 165 mortes, num total de 294 mortes desde o início das manifestações.
A maioria dos óbitos foram registados em Nampula e na Província de Maputo. Neste período, há 250 baleados, num total até ao momento de 604. A Plataforma Eleitoral Decide diz ainda que 187 pessoas foram detidas desde 23 de dezembro. 4218 foram presas desde o princípio dos protestos.
22 pessoas estão desaparecidas, informa a organização não governamental.
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