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Moçambique: Analistas políticos dizem que medidas para reduzir custo de vida podem não ter impacto


Produtos agrícolas, Tete, Moçambique
Produtos agrícolas, Tete, Moçambique

Presidente da República anunciou medidas para baixar custo de vida, que passam pela redução do IVA e do preço de combustíveis

O Presidente moçambicano anunciou uma série de medidas, incluindo a retirada do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) em produtos de primeira necessidade e a redução dos preços dos combustíveis, entre outras iniciativas visando reduzir o custo de vida.

Analistas políticos dizem, no entanto, que as medidas anunciadas por Daniel Chapo não se vão fazer sentir no bolso dos cidadãos de forma significativa porque existe um problema relacionado com as estruturas produtivas.

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Por exemplo, apontam que se é mais barato importar arroz do Vietname do que produzir no Chokwe é porque alguma coisa está errada.

O analista político João Feijó diz que os preços podiam reduzir "se tivéssemos construído em Moçambique uma economia de escala mais desenvolvida e se tivéssemos garantida a integração nos mercados, e isso só é possível com o aumento da produção e produtividade".

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Ele realça que "temos um ambiente de negócios que não é convidativo para investimentos, tanta burocracia e corrupção, falta de apoio aos produtores e taxas de juro elevadíssimas, estes são problemas estruturais que temos e são problemas de governação".

Feijó enfatiza que "as medidas anunciadas pelo Governo não vão fazer sentir-se de forma significativa no bolso dos cidadãos porque temos aqui um problema relacionado com as infraestruturas produtivas; como é mais barato importar arroz do Vietname é porque alguma coisa está errada".

Por seu turno, o analista político Egidio Plácido entende que, para além da retirada do IVA em bens de primeira necessidade e da revisão da estrutura do preço dos combustíveis, é preciso igualmente rever as taxas que são cobradas "porque são verdadeiras extorsões para o bolso dos cidadãos, bem como os excessivos benefícios fiscais que se dão aos megaprojetos".

Para o economista Gift Essinalo, existe também a questão dos vários "ivas", por exemplo na estrutura do preço dos combustíveis, mas sublinha que "o preço do combustível é influenciado no mercado nacional porque o problema está centralmente na própria estrutura do custo.

Entretanto, o Governo na voz do seu porta-voz, Inocêncio Impissa, justifica o elevado custo de vida com as manifestações pós-eleitorais.

"Era uma consequência previsível das manifestações em particular na cidade da Matola, pelo menos onde essa ação aconteceu, percebemos que toda a infraestrutura de caráter comercial, barracas, restaurantes, bares, salões de cabeleireiro, armazéns, entre outras infraestruturas económicas que faziam parte do lençol comercial foram completamente destruídas", concluiu Impissa.

No anúncio feito pelo Presidente da República em Addis Abeba, onde participou na conferência da União Africana, acrescentou que Governo está a preparar um pacote de medidas que incluem a injeção de mais dinheiro no mercado, através do pagamento do 13º salário e da criação de fundos de apoio ao empresariado.

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