Jovens moçambicanos defendem um diálogo e uma concertação social permanentes para a discussão dos problemas mais prementes da juventude, entre os quais o desemprego e a falta de habitação.
Hoje assinala-se o Dia Internacional da Juventude, mas a presidente da Rede de Mulheres Jovens Líderes em Moçambique (MJL), Quitéria Guirengane, diz que os moçambicanos não têm motivo para festejar.
"Nós enquanto jovens, vivemos com medo do presente e incerteza em relação ao futuro; em Moçambique custa tanto viver quanto morrer," diz Guirengane.
Ela anotou que a Covid-19, a tensão político-militar na zona centro do país e o terrorismo em Cabo Delgado, "colocam uma série de incertezas à juventude, que se aliam ao desemprego e à falta de política de habitação, num período em que vários jovens perderam emprego" por conta disso.
Guirengane refere que mesmo para os jovens que têm emprego, o custo de vida é insuportável, num contexto em que os salários não aumentam, desde 2020 e as taxas funerárias subiram quase mil por cento, em alguns casos, "e tudo isso torna cada mais difícil a situação já precária dos jovens".
Ela realça ser por isso que "assistimos, recentemente, a manifestações de jovens em Vulanjane, Inhambane, por acesso a oportunidades de emprego, de jovens em Namanhumbiri, Cabo Delgado, que se sentem excluídos do processo de exploração de recursos minerais e também de jovens de Cateme, Tete, que também se queixam de exclusão".
Para a líder da MJL, a saída para estas situações passa pela adopção de políticas públicas mais consentâneas e concertadas com a juventude; dialogar e planificar com jovens; a juventude deve ser uma parte activa das acções de políticas públicas".
Entretanto, o primeiro vice-presidente do Conselho Nacional da Juventude, Constantino André, assume que "nem todos os jovens têm as mesmas condições, e é por isso que a nossa luta é para que os jovens tenham um padrão de vida melhor e harmonizado".