Cinco militantes feridos, comités de acção destruídos e bandeiras arrancadas, são resultado de violência ocorrida nos últimos dez dias na província angolana de Benguela, que a UNITA diz ser o resultado da intolerância política do partido no poder MPLA.
A UNITA diz haver um clima de permanente perseguição e intimidação de membros da organização.
Oriundos do Cubal, a 150 quilómetros da cidade de Benguela, Boaventura José e Laurindo Nicolau, dois dos militantes que se queixam de agressões protagonizadas por grupos afectos ao partido no poder, disseram à Voz da América que tinham programado hastear a bandeira da UNITA “num bairro chamado Vacaria, quando o grupo do MPLA chegou com pedras, catanas e paus”.
"Começaram a nos agredir e tivemos de fugir, no regresso vimos o comité destruído e a bandeia arrancada’’, disseram.
O secretário provincial da UNITA em Benguela, Abílio Kaúnda, lamenta que haja tempo para violência num momento conturbado em termos sociais.
‘’Numa altura em que o mundo está preocupado com a pandemia, há quem esteja preocupado em incentivar a violência”, disse.
“Enquanto as populações passam mal, carecendo de bens, nós queremos lutar por bandeiras e comités’’, acrescentou.
A UNITA acrescenta que vai perdendo a confiança nas instituições do Estado, mas garante que fez chegar um relatório, com nomes de culpados, ao Comando Provincial da Polícia e ao governador de Benguela, Rui Falcão.
À VOA, o director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa da Delegação do Interior, Pinto Caimbambo, prometeu uma declaração das autoridades.
Já o MPLA, por via da área política, faz saber que vai procurar informações sobre os incidentes, ocorridos, segundo o partido líder da oposição, também nos municípios do Lobito, Ganda e Caimbambo.