Alguns membros do Comité Central da FNLA decidiram, em função do que dizem ser o silêncio do actual presidente do partido Lucas Ngonda convocar um congresso extraordinário para arrumar a casa e eleger um novo líder nos dias 28, 29 e 30 deste mês.
Um grupo de membros do Comité Central socorre-se dos estatutos, pelo facto de Ngonda, depois das eleições, não ter convocado o órgão para justificar o que chama de descalabro resultado eleitoral, em que o partido conseguiu apenas um deputado.
Lugas Ngonda já respondeu e disse que vai convocar um congresso extraordinário em 2018 e outro ordinário para 2019.
Os estatutos da FNLA impõem que depois de qualquer eleição o presidente do partido convoque o órgão superior, o Comité Central (CC), para analisar os êxitos ou fracassos, mas passados quase quatro meses do pleito eleitoral o presidente Lucas Ngonda não o fez.
Os membros do CC escreveram ao presidente do partido a exigir o cumprimento dos estatutos e, segundo eles, Ngonda manteve-se em silêncio.
Em consequência, 223 membros dos 411 que integram o órgão, representando 54 por cento do mesmo, decidiram seguir o documento reitor do partido e convocar um congresso extraordinário para os dias 28, 29 e 30 de Dezembro.
“O congresso extraordinário é irreversível”, garante Ndonda Nzinga, porta-voz do grupo de membros do CC que diz ter tentado junto do Tribunal Constitucional uma solução porque estava em causa a extinção da FNLA.
“Com uma solução extra judicial, o TC, inclusive, apadrinhou esse dossier, mas Lucas Ngonda ignorou", lembra Nzinga, para quem “estamos diante de um Mugabe da FNLA, um ditador do século 21”.
O congresso, ainda segundo mesma fonte, quer conhecer as contas do partido porque “o presidente faz e desfaz com o dinheiro relativo aos comissários da FNLA, que ele açambarca”.
Ndonga reage
Em reacção a esta iniciativa, o secretário-geral Pedro Mukumbi Dala disse em conferência de imprensa que Lucas Ngonda vai convocar um congresso extraordinário do partido para 2018 e um ordinário para 2019.
Dala acusa os membros de não terem legitimidade para convocar o congresso porque “estão suspensos”.