A Polícia da República de Moçambique (PRM) cercou a sede do partido Podemos em Nampula, na província moçambicana do mesmo nome, à procura do candidato presidencial Venâncio Mondlane, depois de tumultos e confrontos durante uma marcha por ele liderada nesta quarta-feira, 16.
Apesar de, à chegada, Mondlane ter sido escoltado por agentes da PRM, durante a marcha, segundo a polícia, ele terá incentivado os seus apoiantes a se rebelarem contra as autoridades, que atiraram pedras.
A polícia dispersou os manifestantes com gás lacrimogéneo e deteve algumas pessoas, entre elas, o delegado do Podemos em Nampula.
A correspondente da Voz da América em Nampula disse que há relatos de feridos.
A PRM prometeu pronunciar-se a qualquer momento.
Críticas às comissões e apelo a greve nacional
Entretanto, ontem, numa nota divulgada nas redes sociais, Venâncio Mondlane voltou acusar as as Comissões Provinciais de Eleições de anunciar resultados falsos das Comissões Distritais e reiterou que “não vão entregar o poder a ninguém”.
Este é o momento chegado para anunciar, a todo povo moçambicano, o passo a seguir"Venâncio Mondlane
No mesmo texto, ele apelou a uma greve geral a partir da segunda-feira, 21, "de toda actividade pública e privada do Rovuma ao Maputo e do Zumbo ao Índico, em todo território nacional”.
Também ontem a Procuradoria-Geral da República (PGR) informou ter intimado Mondlane por provocar agitação social, desobediência pública e desrespeito aos órgãos do Estado.
Na nota, o Ministério Público (MP) instou-o “a abster-se de práticas que violam a Constituição, legislação eleitoral e demais normas”.
Em reação, Mondlane, questionou as razões que levaram o Ministério Público a intimá-lo apenas a ele quando há evidências de ocorrência de irregularidades praticadas pela Frelimo durante o recenseamento, pré-campanha e campanha eleitoral e que nunca foram notificados pela PGR.
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