O presidente do Município de Quelimane, Manuel de Araújo, diz que a desordem pode se instalar em Moçambique se as autoridades continuarem silenciosas no esclarecimento de assassinatos de políticos e defensores dos direitos humanos.
Na lista de políticos assassinados ou agredidos por desconhecidos, nos últimos anos, Araújo diz ter mais de 25 nomes, incluindo o constitucionalista Gilles Cistac, o economista António Siba Siba Macuácua e o seu colega Mahumudo Amurane, assassinado no Dia da Paz, 4 de Outubro, em Nampula, município do qual era presidente.
Tal como Amurane, Araújo ganhou as eleições em Quelimane, Zambézia, militando no Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
“A nossa constituição proíbe a pena de morte (...) e mesmo onde é permitida, a decisão é feito por juízes, ” diz Araújo.
As autoridades moçambicanas, apesar de promessas de investigação, pouco divulgam sobre as razões de assassinatos de políticos e defensores de direitos humanos, que os analistas dizem ser levadas a cabo por esquadrões da morte criadas para silenciar vozes críticas.
Araújo diz à VOA que a Frelimo, no poder, não tem interesse noutras vozes.
Este partido, afirma o edil de Quelimane, deveria usar a sua maioria parlamentar para votar o retorno do monopartidarismo, uma vez que rejeita a democracia.
Na sua crítica, Araújo, especialista em relações internacionais e antigo funcionário da Amnistia Internacional, não poupa os doadores e organizações internacionais, que em casos similares, noutros países, teriam feito pressão para o esclarecimento de assassinatos que ocorrem em Moçambique.
E se a situação continuar, Moçambique corre o risco de viver na desordem, adverte Araújo.
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