Novas manifestações irromperam em Dacar, a capital senegalesa, esta segunda-feira, menos de uma semana antes das contestadas eleições presidenciais.
Manifestantes da oposição foram para a rua pelo sexto dia consecutivo de manifestações, antes das eleições do próximo domingo.
A oposição está a exigir ao actual presidente Abdoulaye Wade para que retire a sua candidatura para um terceiro mandato, citando para o efeito a reforma constitucional de 2001, a qual limita a dois os mandatos presidenciais.
O Supremo Tribunal senegalês determinou, no mês passado, que o primeiro mandato de Wade, de 85 anos de idade, não contou porque o actual presidente já se encontrava no poder quando a reforma constitucional foi aprovada.
Na parte baixa da cidade de Dacar, magotes de jovens, armados de tijolos e de pedras, confrontaram-se com a polícia, que utilizou granadas de gás lacrimogéneo e balas de borracha.
“Deixem que nos matem” - disse um dos manifestantes à VOA - nós acreditamos em nós mesmos e acreditamos em Deus. O que importa é que Wade se demita”.
O coordenador do movimento de protesto, Alioune Tine disse que o ambiente de tensão está a aumentar em todo o território senegalês. E nota que não se pode estar de braços cruzados até que dezenas de pessoas morram todos os dias em resultado das manifestações. Tine diz que a comunidade internacional deveria intervir para travar o presidente Wade de arrastar o Senegal para uma situação semelhante à da Costa do Marfim e do Níger.