Poucos chefes de diplomacia se podem gabar da longevidade de Mahmoud Ali Youssouf, ministro dos Negócios Estrangeiros do Djibuti desde 2005, que foi eleito neste sábado, 15, para chefiar a Comissão Executiva da União Africana (UA).
Youssouf obteve o apoio necessário de dois terços dos líderes da região em Adis Abeba, capital da Etiópia, para assegurar o cargo que representa cerca de 1,5 mil milhões de africanos..
O diplomata de 59 anos era considerado uma hipótese remota contra o veterano político queniano Raila Odinga, mas os observadores elogiaram a campanha discreta do diplomata para suceder ao chadiano Moussa Faki Mahamat e liderar o bloco pan-africano.
O político poliglota - fala árabe, inglês e francês - continua próximo do líder do Djibuti, Ismail Omar Guelleh.
Um dos países menos povoados do continente, com cerca de um milhão de habitantes, o Djibuti ocupa uma posição estratégica em frente ao estreito de Bab-el-Mandeb, por onde passa grande parte do comércio mundial.
"Problema de governação"
Youssouf afirmou que existe um “problema de governação” em alguns países africanos, especialmente naqueles que foram abalados por golpes de Estado recentes.
“O continente está a passar por muitas dificuldades neste momento”, afirmou à AFP em dezembro.
Como presidente da Comissão, a sua prioridade será a “paz e a segurança”.
Terá de lidar com os conflitos devastadores no leste da República Democrática do Congo e no Sudão, bem como com os enormes cortes na ajuda ao desenvolvimento lançados pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Grande parte do continente ficou abalado com a decisão de cortar o financiamento da agência USAID, com os especialistas a avisarem que isso iria prejudicar o trabalho humanitário em África.
Youssouf recusou-se a falar sobre Trump, dizendo à AFP em dezembro - antes da tomada de posse do líder dos EUA - que as suas políticas serão julgadas “sem preconceitos”.
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