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Machel desiludiu-se com Moscovo e tentou sensibilizar Eduardo dos Santos


Samora Machel, após a assinatura do Acordo de Incomatí, ladeado por Joaquim Chissano e pelo presidente sul-africano Pieter Botha
Samora Machel, após a assinatura do Acordo de Incomatí, ladeado por Joaquim Chissano e pelo presidente sul-africano Pieter Botha

Machel manifestou pessoalmente o seu desapontamento ao primeiro-ministro Nikolai Tikhonov, durante uma visita a Moscovo, em 1983

Samora Machel, primeiro presidente de Moçambique, ficou desiludido com o apoio da União Soviética e manifestou pessoalmente o seu desapontamento durante o encontro que manteve, em 1983, com Nikolai Tikhonov, o então primeiro-ministro soviético.

Documentos do Arquivo da Política Externa da Rússia revelam também que Machel, numa reunião realizada em Luanda em Abril de 1986, tentou convencer, José Eduardo dos Santos, a não apostar apenas na URSS e em Cuba e a ser flexível na continuação de contactos com os Estados Unidos.

O jornalista José Milhares teve acesso a documentação secreta, recentemente desclassificada pelas autoridades russas e conta, em entrevista à VOA, que o então primeiro-ministro soviético aconselhou Samora Machel a desenvolver as áreas económicas que dessem efeito económico rápido de Moçambique: a indústria mineira, a exportação de espécies raras de madeira e o sector das pescas.

Piotr Evsiiukov, na altura embaixador soviético em Maputo, escreveu, a propósito, nas suas memórias: "Samora Machel, durante essa visita, ficou convencido do fracasso económico da União Soviética".

Essa desilusão terá sido um dos motivos fundamentais para Machel assinar o Acordo de Nkomati com a África do Sul, em 1984.

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