O presidente do PAIGC, principal partido da oposição na Guiné-Bissau, voltou a ser impedido de sair do país, nesta sexta-feira, 2, e acusou as autoridades de se esconderem cobardemente em ordens judicais que elas mesmas não respeitam.
Domingos Simões Pereira foi retido no estacionamento pelas forças de segurança, que o impediram de entrar no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, de onde pretendia seguir viagem para Portugal.
Em conversa com os jornalistas no local, o antigo primeiro-ministro mostrou o despacho de um juiz do Tribunal de Relação que anula anteriores impedimentos e acusou o Ministério do Interior e a Direcção-Geral de Migração e Fronteiras de ignorar a ordem a que tiveram acesso.
Simões Pereira disse que “o mesmo poder que se esconde cobardemente, atrás de ordens judiciais que são encomendadas, hoje recusa o cumprimento dessa mesma ordem judicial”.
Ele acrescentou que fala de “forma cobarde, que é para não se expor à evidência de que não têm rigorosamente nada de legal para impedir o embarque e a minha viagem, impedem-me de aceder às instalações do próprio aeroporto, se isto não é do mais baixo que eu vi”.
O presidente do PAIGC alertou ser “importante que, de facto, todo o povo guineense compreenda o nível a que se está a chegar em termos de supressão das liberdades e direitos fundamentais dos cidadãos, é isto que está a acontecer aqui”.
O Ministério Público tem a emitido ordens a impedir a saída do antigo primeiro-ministro do país, alegando que a Assembleia Nacional Popular tem demorado a responder a pedidos para levantamento da imunidade parlamentar de Simões Pereira, que é deputado, o que tem sido sempre recusado.
A VOA contactou a Procuradoria-Geral da República que recusou a pronunciar-se sobre o assunto.