O líder da Frente Polisario do Sahara Ocidental, no centro de uma disputa diplomática entre a Espanha e Marrocos,vai ter que responder a acusações judiciais antes de poder deixar Espanha onde se encontra para tratamento médico, anunciaram as autoridades espanholas
O mês passado o governo espanhol anunciou que o dirigente da Frente Polisario, Brahim Ghali tinha chegado a Espanha para tratamento médico de emergência proveniente da Argelia.
Ghali estava gravemente doente com Covid-19 e outros males não especificados
A decisão irritou o governo de Marrocos que considera o Sahara Ocidental como parte do país afirmando que Ghali usa documentos de viagem fornecidos pela Argélia com um nome falso.
A ministra dos Negócios Estrangeiros espanhola Arancha Gonzalez Laya disse agora que quando Ghali recuperar dos seus problemas de saúde deverá responder a diversas acusações a que faz face em Espanha.
Ghali tem que comparecer em tribunal para responder a uma acusação de crimes de guerra na antiga colónia espanhola embora o Tribunal Superior tenha rejeitado um pedido dos queixosos para a sua prisão
A Polisario luta há várias decadas pela independência do Sahara Ocidental e o ano passado anunciou o recomeço de acções armadas que haviam sido suspensas ao abrigo de um acordo de cessar-fogo negociado pela ONU em 1991.
No que tudo indica ter sido uma medida de retaliação contra Espanha, na segunda-feira Marrocos aliviou o controlo da fronteira com o enclave espanhol de Ceuta permitindo que milhares de pessoas atravessassem ilegalmente de Marrocos para Ceuta.
Marrocos convocou o seu embaixador em Espanha para consultas e avisou que as relações entre os dois paises se iriam deteriorar caso a Espanha permitisse a saída de Ghali sem comparecer em tribunal.