O antigo Presidente brasileiro Lula da Silva afirmou ter sido condenado por um apartamento que não tem e reiterou ter havido um pacto com o poder judicial e imprensa para acabar com o Partido dos Trabalhadores (PT).
"Este acto não é de eleição. Ele é infinitamente maior que a eleição. É um acto pela soberania nacional", disse Lula da Silva na praça da República em São Paulo, na noite desta quarta-feira, 24, depois de o Tribunal de Recurso Federal (TRF-4), de Porto Alegre, ter mantido a sentença da primeira instância e aumentado a pena de prisão para 12 anos e um mês.
Lula revelou que nunca teve nenhuma ilusão com a decisão do tribunal.
“Houve um pacto com o poder judiciário e imprensa, de que era hora de acabar com o PT. Eles não admitiam mais a ascensão social das pessoas em desenvolvimento", sublinhou o antigo Presidente que citou realizações dos governos do PT, como a expansão do ensino superior e do crédito e os programas Ciência Sem Fronteiras e Minha Casa Minha Vida.
"Me deem o apartamento"
Lula voltou a reiterar não haver provas contra ele.
"Quero que eles digam qual foi o crime que cometi. Estou condenado outra vez por um apartamento que eu não tenho", afirmou o histórico líder sindicalista e político.
"Se me condenaram, me deem pelo menos o apartamento. Já pedi pro Guilherme Boulos mandar o pessoal dele ocupar. Já que é meu, que ocupem", disse Lula da Silva, para quem a decisão é contra o povo brasileiro.
"Não quero que vocês fiquem preocupados com o Lula, mas com 200 milhões de brasileiros que vivem de salário neste país. E tudo vai piorar quando aprovarem a reforma da Previdência", alertou o antigo Presidente.
Quanto à candidatura dele à eleição presidencial de Outubro, já anunciada pelo PT, Lula da Silva não foi claro.
"O ser humano pode ser preso. Mandela ficou 27 anos presidente e continuou sua luta. Voltou e foi presidente", limitou a sublinhar Lula que disse que só vai parar de lutar quando morrer.