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Desembargador pede 12 anos e um mês de prisão para Lula da Silva


Lula da Silva num acto em Porto Alegre
Lula da Silva num acto em Porto Alegre

Ministério Público diz que as provas são irrefutáveis

O desembargador João Pedro Gebran Neto é favorável à confirmação da sentença em que Lula da Silva (PT) foi condenado, mantendo a sentença do juiz federal Sergio Moro quanto aos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Há "prova acima do razoável" de que o ex-Presidente foi "um dos articuladores" do esquema de corrupção na Petrobras, segundo o desembargador.

"Crimes dessa espécie não passam recibo", disse durante a leitura de seu voto, no qual pediu o aumento da pena para 12 anos e um mês.

No período da tarde, os dois restantes desembargadores vão apresentar o seu voto.

O procurador do Ministério Público Federal (MPF) Maurício Gotardo Gerum criticou o que chamou de "tropa de choque" na sua acusação durante o julgamento do recurso do ex-Presidente Lula da Silva, que decorre no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, nesta quarta-feira, 24.

"São as tropas de choque que se formam no Parlamento como instrumento de supressão do diálogo e imposição e imposição da força como instrumento de decisão. (...) Tropa de choque, com actuação nos mais diversos espectros, foi criada para garantir a perpetuação de um projeto político pessoal, que não admite outra solução nesse processo que não seja a absolvição", disse.

"O processo judicial não é um processo parlamentar. A técnica caracteriza a decisão judicial é incompatível com a pressão popular. A truculência dessa tropa de choque oficial está muito próxima de se configurar o crime de coação no curso do processo", acrescentou o procurador, que rejeitou os argumentos das defesas no recurso que é julgado no TRF-4.

Ao rejeitar as alegações da defesa, disse Maurício Gotardo Gerum, "os documentos apreendidos em momento algum falam em cotas. Sempre em imóvel".

Gerum citou ainda o relacionamento de Lula com o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, réu no mesmo processo, no episódio no qual o executivo mostrou o apartamento à família de Lula em 2014.

"Dessa vez, apenas Marisa Leticia e o filho do casal, Fabio, são acompanhados pelo Presidente da OAS. A partir da primeira visita, diversas reformas são feitas. Uma cozinha instalada e alguns eletrodomésticos adquiridos num valor que se aproximou de1,2 milhão de reais. Quanto a esse encontro e a customização do apartamento não há dúvida probatória... inúmeras notas fiscais, depoimentos de funcionários envolvidos com as reformas e mensagens trocadas nos celulares dos executivos da OAS demonstram que o imóvel estava sendo preparado pela OAS para a família do ex-presidente Lula", detalhou o procurador.

Ainda segundo ele, a defesa não conseguiu apresentar argumentos que afastassem as provas presentes nos autos, e disse que o depoimento do ex-presidente da OAS apenas deu detalhes acerca do que havia sido comprovado.

"Lamentavelmente, Lula se corrompeu. Embora a defesa insista no ato de ofício para configuração do crime de corrupção, vale lembrar que essa questão já foi superada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do Mensalão", disse o procurador.

No período da tarde, os dois restantes desembargadores vão apresentar o seu voto.

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