No segundo encontro entre o antigo Presidente brasileiro Lula da Silva e o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato em Curitiba, o petista negou ter recebido luvas da empreiteira Odebrecht.
Lula da Silva disse que o ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci, mentiu no depoimento dado na semana passada, quando contou que Emílio Odebrecht e Lula tinham firmado um pacto de sangue.
"Parece que tem uma caça às bruxas. Eu tenho lidado com muita paciência. Eu vi o depoimento do Palocci, não respondi nada, não falei nada. Muita gente achou que eu ia chegar com muita raiva do Palocci. Eu achei que o Palocci tá preso há mais de um ano, o Palocci tem o direito de querer ser livre, tem o direito de querer ficar com o pouco do dinheiro que ele ganhou fazendo palestra, ele tem família. Tudo isso eu acho. O que não pode é se você não quer assumir a tua responsabilidade pelos factos ilícitos que você fez, não jogue em cima dos outros", disse Lula.
O Ministério Público citou no interrogatório uma agenda de reunião entre Lula da Silva, a antiga Presidente Dilma Rousseff e Emilio Odebrecht, dono da construtora, em 30 de Dezembro de 2012, poucos dias antes dele deixar a Presidência.
Lula desmente acordo com Odebrecht
Segundo a acusação, na agenda havia uma pauta da reunião com assuntos como a passagem do histórico da parceria, a disponibilização de apoio junto ao Congresso, a construção do estádio do Corinthians, as obras de uma casa de campa para o antigo Presidente e o Instituto Lula.
Lula da Silva disse não ser verdade.
O antigo Presidente ainda fez ataques ao Ministério Público durante o depoimento ao juiz Sérgio Moro.
“Estamos vendo o que está acontecendo com (Rodrigo) Janot, o que está acontecendo com (Marcelo) Miller. E a força-tarefa da Lava Jato está tratando de destruir o MP contando inverdades”, afirmou.
“Eu poderia ficar zangado, nervoso, mas eu quero enfrentar o MP, sobretudo a força-tarefa, para provar minha inocência. Só quero que eles tenham a grandeza de um dia me pedir desculpas”, afirmou.
Lula também revelou ao juiz Sérgio Moro que não solicitou a compra do apartamento vizinho ao dele em São Bernardo do Campo e que as doações que o Instituto Lula recebeu da Odebrecht não eram luvas e que jamais tratou com Emílio Odebrecht sobre dinheiro para o PT.