A comoção internacional sobre a liberação para exploração mineral de uma área de conservação da Amazônia fez o presidente do Brasil, Michel Temer, recuar.
O governo pretendia liberar a exploração mineral na Reserva Nacional do Cobre e Associados, chamada de Renca, mas lançou um decreto sem considerar os impactos ambientais e sociais que uma medida como essa gera.
E pior: sem ouvir a população e os ambientalistas.
Após pressão de movimentos e mesmo de artistas como a modelo internacional Gisele Bundchen, o decreto foi suspenso e o governo diz que vai debater com a sociedade um novo plano em 120 dias.
Para ambientalistas, essa vitória é apenas um capítulo de uma tumultuada história de batalha contra projectos que não respeitam as áreas protegidas na Amazônia.
Segundo um relatório da WWF, o Brasil vive uma ofensiva sem precedentes às áreas protegidas, com pressões principalmente da base parlamentar do governo Temer, com forte lobby dos setores ruralista e de mineração.
Esse ataque às áreas protegidas vai de Norte a Sul do país e envolve uma área de cerca de 80 mil quilômetros quadrados, quase o tamanho do território de Portugal.
Um dos casos mais graves é o da Floresta Nacional do Jamanxim, na Amazõnia, que perdeu 57% do seu território para a exploração económica.
Para os ambientalistas, a redução de florestas “virou moeda de troca” entre o governo e parlamentares da bancada ruralista. Em vez de combater, o Brasil tem cada vez mais aberto o caminho para o desmatamento e a destruição das áreas nacionais de proteção.