O embaixador de Moçambique no Japão, José Morais, diz que vai arrancar, brevemente, a implementação do megaprograma agrícola ProSavana, mas organizações da sociedade civil acusam os governos nele envolvidos de pretenderem impor um programa que pode ser uma ameaça para as populações.
O ProSavana foi lançado em 2011, mas a sua implementação efectiva não tem sido pacífica, havendo especulações de que o mesmo tenha sido esquecido pelos seus promotores, nomeadamente, os governos de Brasil, Japão e Moçambique.
Contudo, o embaixador José Morais afirma que o projecto, destinado fundamentalmente ao desenvolvimento agrícola, não está esquecido, e acrescenta que "as autoridades governamentais moçambicanas estão, neste momento, a preparar o chamado Plano Director, esperando-se que dentro em breve, se inicie a sua implementação".
Em 2016, organizações da sociedade civil acusaram os governos dos três países envolvidos no ProSavana de pretenderem impor o programa com um plano director que ameaçava a população e romperam o diálogo para a sua harmonização.
João Mosca, director do Fórum Observatório do Meio Rural, uma das organizações que lutam pelos direitos dos camponeses, diz que existem muitas inquietações à volta do ProSavana, entre as quais a questão da ocupação e gestão de terras e a transparência do processo.
O ProSavana vai ser implementado em 19 distritos das províncias de Nampula, Niassa e Zambézia, devendo abranger cerca de 800 famílias.