O activista e músico angolano Luaty Beirão, condenado pelos crimes de rebelião, tentativa de golpe de Estado e associação de malfeitores, está em greve de fome, de silêncio e de nudez, além de recusar dormir na cama.
A informação está na sua página de Facebook e, segundo o mais recente post, "o rapper foi um dos três activistas que se recusaram a ser transferidos" da cadeia de Viana para o Hospital-Prisão de São Paulo.
Os outros foram Nélson Dibango e Albano Evaristo Bingo Bingo.
"Eu não quero ir para um sítio só porque supostamente tem melhores condições para nós, quando a maior parte dos reclusos vive encarcerada e com condições precárias", terá dito Luaty Beirão, ainda de acordo com a mesma mensagem.
Nesta quarta-feira, 4, os Serviços Prisionais voltaram à comarca de Viana para buscar os outros quatro activistas, "levando Luaty Beirão à força para o Hospital Prisão São Paulo".
Em consequência, nesta quinta-feira, 5, "Luaty iniciou um protesto de nudez, silêncio e fome, recusando-se receber a família e a comida da família", lê-se no mesmo post.
"Disseram-nos que ele não quer receber ninguém e que está nu. Não aceitou receber a comida e que está deitado no chão. Não sabemos de mais pormenores", lê-se na mesma mensagem, que cita uma pessoa identificada apenas como familiar de Luaty.
Apesar dos esforços, a VOA não conseguiu falar com a família de Luaty Beirão que, com mais 16 activistas, cumpre penas de prisão que vão de dois anos a oito anos e meio de prisão.
Condenado a cinco anos e meio de prisão, o activista, conhecido no meio artístico como Ikonoklasta ou Brigadeiro Mata Frakuzxo, é filho de João Beirão, já falecido, fundador e primeiro presidente da Fundação Eduardo dos Santos.