O primeiro lote de material médico transportado pela companhia de bandeira angolana TAAG depois de o Governo ter dispensado, na semana passada, o serviço da Ethiopian Airlines, contratada inicialmente para o transporte da carga, já se encontra em Luanda.
Um avião da companhia angolana proveniente da China, aterrizou no domingo, 17, na capital do país com 30 toneladas de materiais diversos de biossegurança e de outros meios de prevenção e combate à pandemia.
A interrupção unilateral do contrato com a Ethiopian Airlines deveu-se ao fato daquela companhia ter sido utilizada “por entidades privadas alheias ao contrato, de parte da capacidade das aeronaves fretadas por Angola, para trazer os meios”, disse, na altura, a Comissão Multissectorial para a Prevenção e Combate à Covid-19.
Este órgão não revelou, entretanto, a identidade das figuras envolvidas no “esquema”, mas o Presidente da República mandou instaurar uma sindicância para aferir o envolvimento da comissão ou não no negócio.
João Lourenço não só ordenou a suspensão do contrato com a Ethiopian Airlines e a sua substituição pela companhia nacional, como também mandou confiscar as mercadorias transportadas a custo zero.
Analistas da VOA admitem o envolvimento na “negociata” de empresas detidas por chineses e por empresários angolanos de elite, que se terão aproveitado do programa governamental de fornecimento de material de biossegurança a favor das suas empresas.
O jornalista Alexandre Solombe diz que o “escândalo resulta da luta pela oportunidade de negócio, por parte de alguma figuras dentro da comissão multissectorial”, aproveitando-se dos esforço do Governo para combater a pandemia.
Por seu turno, o analista Ilídio Manuel acrescenta que o resultado deste inquérito tem de ser divulgado por se tratar de “um teste à governação de João Lourenço”.