Quatro meses depois do trágico aluimento de lixo que matou mais de 15 pessoas no bairro de Hulene, nos arredores da cidade do Maputo, há uma nova imagem e ambiente no local.
Mais de 50 casas foram demolidas e os proprietários retirados pera outros bairros, o que contribuiu para alargar a área que separa as casas da lixeira.
A área aberta deu lugar a uma vala de drenagem, inicialmente saudada pelos moradores que se mantiveram no local, é agora fonte de um outro problema.
De acordo com Eurico Chambe, um dos chefes de quarteirão do bairro de Hulene A, as águas da vala não circulam e se tornaram fontes de mosquito e focos de malária.
Apesar de se ter alargado a área entre a lixeira e as habitações, o lixo que já ultrapassou as paredes do aterro e continua a ameaçar as residências.
Tudo porque apesar de há muito reclamar encerramento e das promessas feitas, logo depois da tragédia de Fevereiro, a lixeira continua longe de ser transferida porque a zona prevista para a construção do novo aterro, continua em litígio entre a população e a autarquia.
Silva Afonso, membro da comissão das centenas de famílias que ocupam a zona do traçado do aterro, diz que as famílias se recusam a abandonar o local sem a compensação financeira.
Para já o município da Matola, que responde pela área em conflito, diz que não há dinheiro para ninguém, o que faz com que as obras do futuro aterro tenham um início incerto.
Enquanto isso, Hulene continuará a ser a lixeira da capital, com todos os riscos ambientais e de segurança que ela representa