A Lei que proíbe a excisão na Guiné-Bissau, instituída há sete anos, não está a impedir a prática no país.
Activistas dizem que as fanatécas e os familiares das vítimas, na sua maioria da comunidade muçulmana, mudaram de estratégia, ou seja, submetem as crianças à excisão logo que completam uma semana.
A situação, neste momento, está a suscitar uma grande preocupação por parte das organizações que lutam contra esta prática.
Mária Domingas Seck, presidente "Sinin Mira Nassiquê”, a primeira organização não-governamental, que travou a luta contra a mutilação genital feminina na Guiné-Bissau confirma que "quando uma criança nasce, ao sétimo dia, ao baptizarem a criança, aproveitam para excisá-la."
Seck pede envolvimento de toda a sociedade guineense na luta.
Ela diz que "é frustrante. Há muitas ONG´s agora que lutam contra a excisão. Por isso, pedimos que todas elas se mobilizem. Mesmo as que não são da mesma natureza connosco, que passem a mensagem durante as suas acções no terreno".
A “Sinin Mira Nassiquê” adoptou uma nova estratégia de combate à mutilação genital feminina, apostando, sobretudo, na sensibilização dos pais e encarregados de educação das crianças, enquanto alvos da prática.
"Trabalhamos agora em colaboração com as parteiras dos centros de saúde, nos bairros onde intervimos, afim de sensibilizarem as mulheres"para que deixem de excitar as crianças," diz Seck.
A activista quer ainda que o Estado monitore a aplicação da Lei em vigor. Ela sugere o envolvimento figuras políticas e parlamentares na adopção de uma estratégia de prevenção.