O ex-director provincial da juventude e desportos do Kwanza-Sul Manuel do Nascimento Rosa da Silva está desde ontem a responder nas barras do tribunal de comarca do Sumbe por alegado crime de peculato.
Segundo as alegações a direcção provincial da juventude e desportos distribuiu um kit SAFAMACA fixa, recauchutagem à cooperativa MAMBILA representada pelo senhor António José Araújo e outro a cooperativa ZAKIAKA coordenada pelo senhor Zacarias Kissama António Kapira.
Os referidos Kits deveriam ser reembolsados em valores de 30.000 dólares, equivalentes em Kwanzas e que deveria ser depositados na conta do Programa Angola Jovem.
Na leitura dos quesitos o juíz da causa fez saber que “o arguido na qualidade de director provincial da juventude e desportos do Kwanza-Sul, por sua iniciativa entendeu e forneceu ao senhor António José Araújo a conta bancária número 3586188 – 10 – 01 domiciliada no BCI e ao senhor Zacarias Kissama António Kapira a conta número 14459410 no banco BIC, contas essas tituladas pelo arguido ao invés da conta do programa Angola Jovem”
“Seguros de que estavam a liquidar o pagamento dos kits que recepcionaram da direcção provincial da juventude e desportos, o senhor António José Araújo responsável da cooperativa MAMBILA, efectuou vários depósitos na conta que lhe foi fornecida pelo arguido totalizando um valor de Akz. 551 mil kzs” acrescentou afirmando ainda que “por sua vez o senhor Zacarias Kissama António Kapira responsável da cooperativa ZAKIAKA depositou na conta que lhe foi fornecida pelo arguido o valor de Akz. 142 mil, 265 kzs”.
“No total foram depositados nas contas do arguido peloos responsáveis das duas cooperativas de jovens, o valor de Akz. 693 mil, 265 kzs e tais valores, o arguido de forma deliberada e ilegal, utilizou em seu benefício em claro prejuízo ao programa Angola Jovem. Com este comportamento cometeu o arguido um crime de peculato”, acrescentou.
Durante a sessão de julgamento que teve início quarta-feira 24 do corrente, o então director da juventude e desportos Manuel Rosa da Silva disse que o programa Angola Jovem surgíu com fins eleitoralistas cujos reembolsos nunca foram postos em causa. Manuel Rosa da Silva alegadamente criou duas cooperativas e arrogou-se proprietário das mesmas ocorrendo no crime de probidade pública.
Agora na condição de réu Manuel Rosa disse em sede de julgamento que vários colegas seus directores no caso, criaram cooperativas em todo país e que continuam a receber dinheiro das mesmas como se fosse suas pertenças.
O julgamento continua em processo e conta com 19 declarantes sendo alguns funcionários da instituição.