Os bancos angolanos estão a ser acusados de violarem os direitos dos cidadãos ao impedir levantamento de poupanças em moeda estrangeira.
Em entrevista à VOA, em Ondjiva, capital da província do Cunene, o governador Kundi Paihama alerta que os bancos estão a criar problemas sociais graves ao colocar obstáculos os cidadãos com poupanças em moeda externa.
Paihama afirma que muita gente com poupanças em divisas nos bancos estão de mãos atadas para comprar peças de reposição dos tractores agrícolas.
Para o governante “ter dinheiro não é pecado, pecado é roubar”.
O governantediz saber queroupa suja lava-se em casa, mas que já não suporta ver o povo a sofrer por “capricho dos bancos”.
“Esta medida não veio do chefe do Executivo angolano”, conclui Paihama.
Por seu lado, o advogado da Associação Mãos Livres, Sebastião Assurreira, afirma que ninguém está acima da lei e avisa que os consumidores podem intentar uma acção judicial contra os bancos por violação dos seus direitos no pacto celebrado entre o banco e o cliente.
“O banco não é dono do dinheiro, o dinheiro é dos clientes que no meio de tudo isso produzem riquezas para as instituições bancárias”, esclarece.
Por seu lado, o advogado Luis Gaspar, mais conhecido por “Dr. Manoma”, igualmente activista dos direitos humanos, chama a atenção das autoridades bancária para corrigirem este mal que, segundo ele, “viola os direitos do cidadão enquanto cliente”.