O Fundo Soberano de Angola (FSDEA) diz ter conseguido um resultado líquido de 44 milhões de dólares e uma redução de despesas operacionais de 40 mil por cento em relação a 2015.
Economistas angolanos reagem de forma diferente anta este relatório de uma instituição que tem sido muito criticada devido ao seu secretismo.
Enquanto uns dizem que as contas estão bem feitas, outros duvidam dos números.
Em comunicado, o fundo dirigido por José Filomeno dos Santos revela que em 2016, os seus activos totais chegaram a 4,99 mil milhões de dólares, com 58 por cento da carteira dedicados a activos na África subsariana, 12 por cento na Europa, 10 por cento na América do Norte e 20 por cento no resto do mundo.
O FSDEA destaca que as suas contas auditadas pela Deloitte eTouche e revela que os principais ganhos dos sete fundos de investimentos dedicados a Fundo para Agricultura (0,11 mil milhões de dólares) e no Fundo para Infraestrutura (0,18 mil milhões de dólares).
O especialista em macroeconomia Galvão Branco considera que o facto do FSDEA ser liderado por um dos filhos do Presidente José Eduardo dos Santos influencia tanto positiva como negativamente algumas leituras e contas feitas sobre o Fundo
“Fazem-se leituras entrópicas em relação à pessoa que lidera o Fundo, as pessoas não tratam de modo objetivo as questões do Fundo Soberano para avaliar as suas insuficiências, fazem-no numa óptica completamente subjectiva que invalida e retira a forma como podemos acompanhar se os recursos aplicados, os activos financeiros trazem ou não impacto sobre a vida das pessoas e na atitude das mesmas”, começa por explicar Branco, que, no entanto, em termos meramente contabilísticos, diz acreditar na transparência dos números apresentados.
"Claro que se pode contestar algumas aplicações feitas como as dos eucaliptos na Ganda, mas os resultados da auditoria apresentados pela Delloitte são suficientemente esclarecedores, há de facto resultados positivos que permitem dizer que em termos contabilísticos e financeiros as aplicações estão bem feitas".
Mais questões
Por seu lado, Precioso Domingos, pesquisador do Centro de Estudos e Investigação Cientifica da Universidade Católica de Angola, vê com reservas os números apresentados pelo Fundo Soberano.
“Anunciam-se apenas os resultados de um ano em que se obteve lucros, não se evidenciam os anos anteriores com prejuízos enormes, e em termos globais como anda o FSA, é de quanto agora?”, questiona Domingos, para quem“não basta o lucro de um ano porque tendo emem conta os prejuízos dos anos anteriores raramente o FSA terá gerado lucros".
Entretanto, no comunicado distribuído, o Presidente do Conselho de Administração do FSDEA, José Filomeno dos Santo afirma que diz que o fundo “apresenta hoje resultados satisfatórios, face ao contexto macroeconómico nacional difícil, marcado pela desvalorização da moeda e a volatilidade do preço internacional do petróleo bruto".