O advogado Salvador Freire, da Associação Mãos Livres, que assumiu a defesa de José Julino Kalupeteka, disse hoje, 8, à VOA desconhecer de que é acusado o líder da seita A Luz do Mundo, depois de um encontro de duas horas e meia a sós na cadeia, na semana passada.
Freire mostra-se preocupado com o facto de Kalupeteka estar numa cela totalmente incomunicável com o exterior, ao ponto de não ter tido qualquer contacto com nenhum familiar ou seguidor desde que foi preso a 16 de Abril no Huambo.
O advogado Salvador Freire diz que, segundo Kalupeteka, ele foi torturado por agentes da polícia nacional, mas foi bem tratado pelas Forças Armadas.
Agora, ele está impedido de qualquer acesso com o exterior, mas tem sido bem alimentado.
Salvador Freire encontrou-se também com o procurador geral do Huambo que o informou ter prorrogado o prazo de prisão preventiva para instrução preparatória, de acordo com a lei e proibiu toda e qualquer perseguição e prisão a membros da seita A Luz do Mundo.
O procurador informou também que o primeiro interrogatório a Kulupeteka feito sem a presença de advogados será anulado e que um novo interrogatório será realizado com a participação da defesa.
O advogado de defesa acredita num rápido desfecho do caso.
Por agora, cabe ao Ministério Público concluir a investigação e formalizar a acusação contra José Julino Kalupeteka, preso a 16 de Abril no Huambo no dia em que confrontos entre a polícia e seus seguidores provocaram a morte de nove policiais e um número indeterminado de civis.