Julino Kalupeteka, líder da seita religiosa "A Luz do Mundo", em Angola ontinua preso, apesar de oito dos nove condenados no caso "Crimes do Monte Sumi, estarem já em liberdade.
Juristas admitem que a personalidade "congregadora" impede que ele seja colocado em liberdade.
porque as autoridades receiam a sua capacidade “congregadora”, disse um jurista angolano.
A 16 de abril de 2015, uma operação policial contra a seita religiosa "A Luz do Mundo", no Huambo, terminou com váris pessoas mortas, entre elas, incluindo nove agentes da polícia, segundo informações do Governo.
Na altura, Catupe Kalupeteka, filho do dirigente da seita, afirmou que mais de 700 pessoas morreram no Monte Sumi.
As Nações Unidas ofereceram para investigar os confrontos, mas o Executivo angolano recusou.
A 5 de abril de 2016, o tribunal condenou José Julino Kalupeteka por homicídio qualificado, autoria moral do massacre ocorrido no Monte Sumi e resistência às autoridades.
Vários dos seus seguidoes foram condenados a penas que variaram entre 16 e 27 anos de prisão, mas atualmente apenas Kalupeteka continua preso.
Catupe Kalupeteka questiona os motivos pelos quais o pai não foi libertado até agora como os demais.
“A coisa que nos mete medo e preocupação é que os outros saíram e o pai está em Malange, agora nós queremos saber por que os outros estão soltos e ele está em Malange”, pergunou
O jurista Lindo Bernardo Tito diz que a libertação dos condenados a 16 anos foi possível graças à redução de um quarto da pena, prevista pela lei da amnistia de 2015.
Ele argumenta que a mesma regra poderia ser aplicada a Kalupeteka, considerando os benefícios estendidos aos crimes julgados ou em tramitação que não foram excluídos pela amnistia.
“Justifica a soltura dos demais, mas também se justifica a soltura do próprio Kalupeteca”, sublinha que destaca que o comportamento do condenado pode influenciar diretamente a decisão de conceder ou não a liberdade condicional.
“Provávelmente as autoridades estão com algum receio de soltar o Kalupeteca num contexto de 2024/2025, ou seja,já estamos a caminho das próximas eleições e isso do ponto de vista político pode perturbar porque o Kalupeteca é um líder congregador e ele não vai deixar de fazer o que fazia antes”, conclui Tito.
Outro jurista, Manuel Cornelio, afirma que o caso Kalupeteca é mais político do que jurídico.
A igreja "A Luz do Mundo", que reunia milhares de seguidores, teve seu crescimento interrompido pelas autoridades após o incidente.
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