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João Lourenço ignora o que se passa em Cabinda, dizem activistas


Presidente angolano João Lourenço na conferência de imprensa conjunta com Angela Merkel em Berlim, Alemanha. 22 Agosto 2018
Presidente angolano João Lourenço na conferência de imprensa conjunta com Angela Merkel em Berlim, Alemanha. 22 Agosto 2018

A declaração recente feita pelo Presidente João Lourenço durante a visita a Alemanha, referindo-se a Cabinda dizendo que não existia nenhum caso de Cabinda deixou irritados activistas locais que ameaçam realizar uma manifestação para repudiar o pronunciamento do Presidente angolano.

Activistas de Cabinda reagem a declarações de João Lourenço - 2:04
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João Lourenço disse em entrevista na Alemanha que vê "a situação de Cabinda com tranquilidade" e que não sabe por que motivo o Governo angolano é acusado, pedindo que lhe digam "que mal fez o Governo em Cabinda, contra o povo que reside em Cabinda".

O Presidente da República de Angola, disse ainda ser necessário citar nomes quando se fala em perseguição, que não basta "falar no ar".

As respostas de Lourenço não foram bem recebidas por alguns activistas cívicos e de direitos humanos do enclave. Os activistas dizem que o pronunciamento de João Lourenço "só vem fortalecer o sentimento de auto-determinação do povo de Cabinda" e que "está já na forja a realização de uma manifestação de repúdio".

"Nós vamos mesmo levar a cabo uma manifestação sobre a auto-determinação para dizer quem somos nós e que merecemos já que as pessoas morrem e não há reconhecimento do Governo na pessoa do seu líder João Lourenço", disse Alexandre Kuanga Nsitu, coordenador da Associação para o Desenvolvimento da Cultura dos Direitos Humanos de Cabinda.

Kuanga não avançou com uma data para a manifestação, mas diz que João Lourenço "foi infeliz nesta declaração que fez na Alemanha, ao não reconhecer que morrem em Cabinda vários cidadãos desde 1975".

"É necessário que João Lourenço reconheça a vida e a liberdade das pessoas", disse Kuanga.

O conhecido advogado e activista Arão Tempo, também manifestou indignação, considerando "haver ignorância do Presidente angolano sobre o que se passa em Cabinda.

Tempo diz que "não é a primeira vez que João Lourenço faz isso", dizendo que foi João Lourenço quem não quis que se construisse em Cabinda um porto de águas profundas para que não se desse independência aos cabindas.

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"Existindo cabindas que lutam pela sua auto-determinação, vendo cabindas a morrerem pela sua causa é necessário que o Presidente compreenda que a questão de Cabinda não é Raul Tati ser de partido ou outros cabindas pertencerem a partidos angolanos, é mais do que isso é o povo de Cabinda que luta pela sua auto-determinação e eu próprio Arão Tempo desafio o Presidente que a partir de hoje reafirmo defender seja quais forem os riscos e circunstâncias o povo de Cabinda."


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