Muitas pessoas foram detidas à margem da manifestação que ontem decorreu em Luanda e só voltaram a aparecer em público 24 horas depois. A manifestação contra a pobreza que, depois de ter sido reprimida inicialmente, voltou a reacender-se com o regresso ao local de centenas de participantes, que se mantiveram na Praça da Independência, no coração da capital angolana, até à meia-noite.
As autoridades de Luanda tentaram, por todos os meios, reprimir os manifestantes que se encontravam na praça. Foi ao cair da noite que levantaram as vozes para gritar contra a corrupção, para exigir mais oportunidades e para protestar contra a pobreza.
Uma última investida da polícia teve lugar cerca das 21.00 e visou aparentemente, retirar cartazes afixados no local. Mas a reacção dos jovens fez o efectivo abandonar o local.
"O governo Angolano prima pelo diálogo", disse o administrador Maciel Makavula, adiantando que foi um acto de condescendência, deixa-los permanecer no local público.
Entretanto, a sociedade civil e os partidos políticos da oposição continuam a reagir de forma crítica face as detenções, às agressões e à privação da liberdade, por largas horas, de mais de uma dezena de cidadãos. A Associação Justiça Paz e Democracia considerou as detenções como ilegais e como violando o direito de reunião e de manifestação.No comunicado que tornou público destacou o facto de nos últimos tempos, o executivo ter vindo a negar reiteradas vezes que os cidadãos exerçam este direito consagrado na Constituição.