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Jornalistas cabo-verdianos respondem "com estupefação" a José Mário Vaz


Carla Lima, presidente da Associação de Jornalistas de Cabo Verde
Carla Lima, presidente da Associação de Jornalistas de Cabo Verde

Presidente guineense aos jornalistas que cortem notícias que colocam em causa a imagem do país

A Associação de Jornalistas de Cabo Verde (AJOC) classificou de "extremamente infelizes" as declarações do Presidente da Guiné-Bissau e acusou José Mário Vaz de revelar desconhecimento da imprensa do país.

A presidente da AJOC, Carla Lima, reagiu na terça-feira, 27, com "estupefação" às declarações de Vaz, que, no dia anterior, pediu aos jornalistas guineenses para não colocarem em causa a imagem do país.

"Aos jornalistas vou pedir só uma coisa. Vamos fazer como faz Cabo Verde. Se eu falar coisas que coloquem a Guiné-Bissau mal lá fora, cortem", pediu José Mário Vaz.

José Mário Vaz, Presidente da Guiné-Bissau
José Mário Vaz, Presidente da Guiné-Bissau

"Para o Presidente da Guiné-Bissau ter feito estas declarações só poderemos considerar que não conhece Cabo Verde, não conhece os cabo-verdianos e muito menos a imprensa cabo-verdiana", disse Carla Lima à RCV.

A presidente da AJOC acrescentou que Vaz revela desconhecimento sobre "o trabalho que é feito há muito tempo pela classe jornalística, pela associação que representa a classe na promoção da liberdade de imprensa e pelas lutas travadas pelos jornalistas para terem liberdade de fazer o seu trabalho sem condicionalismos".

Lima acrescentou que o Presidente guineense "foi extremamente infeliz ao citar Cabo Verde e os jornalistas cabo-verdianos e esperemos que a partir daqui possa acompanhar com maior atenção o que se faz em Cabo Verde para perceber que os jornalistas cabo-verdianos não estão, nem nunca estiveram, dispostos a serem censurados por quem quer que seja".

Carla Lima concluiu desafiando outras vozes a repudiar a posição do Presidente guineense.

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