Os tribunais em Angola estão a ser apelados para intervirem no caso da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) e os analistas condenam o que chamam de chantagem diplomática. Para falar sobre o assunto, ouvimos o pastor brasileiro, Roselin Silva, os juristas David Mendes e João Pinto.
O governo angolano admite que a crise que se instalou na liderança da IURD pode ter consequências, não apenas religiosas, mas sobretudo políticas e diplomáticas, a julgar pelas relações históricas entre Angola e o Brasil.
Pela primeira vez o governo angolano, através da ministra de Estado para a Área Social, tomou posição depois de um prolongado silêncio de cumplicidade, sem atender às várias denúncias de alegadas práticas criminosas, cujos resultados das investigações continuam em “banho maria”.
Ao intervir numa das sessões da Assembleia Nacional, a Ministra Carolina Cerqueira adiantou que o Presidente da República, João Lourenço, deu orientações no sentido de se tratar a questão com as comissões de especialidade.
Para a governante angolana, há casos de justiça, com indícios de crimes e devem ser tratados em fórum próprio e pelas entidades competentes.
Esta semana, a comissão de reforma da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola acusou, em comunicado, a ala brasileira de promover uma campanha de difamação contra os bispos, pastores e o Estado angolano.
A comissão de reforma aponta o bispo brasileiro Honorilton Gonçalves como o promotor de "desinformação, calúnias e difamação contra os pastores angolanos e contra a Televisão Pública de Angola, numa tentativa de manchar a imagem do Governo Angolano na arena nacional e internacional.
A ala angolana acusa, por outro lado, os brasileiros e a direcção da igreja de discriminação racial, lavagem de dinheiro, além da evasão de divisas e da exigência da vasectomia imposta aos bispos.
Sobre as acusações de "vandalismo" e suposta invasão dos locais de culto, os reformados adiantam que se tratou da "assunção" da gestão dos templos, pelos pastores e obreiros nacionais, em pleno exercício das suas funções eclesiásticas, na aludida instituição religiosa.
O pastor brasileiro, Roselin Silva está em Angola há 14 anos e descreve a situação porque passam, nos últimos tempos, depois que os seus ex-colegas terem decidido reivindicar os seus direitos, mas com recurso a métodos não pacíficos, segundo disse.