Isolada na geopolítica e na economia por causa da invasão à Ucrânia, o governo da Rússia recorreu ao Brasil para ajuda, particularmente no Fundo Monetário Internacional, G20 e do Banco Mundial.
A carta foi endereçada ao Ministro da Economia brasileiro, Paulo Guedes, pelo ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov. Segundo ele, há tentativas nos bastidores para limitar ou até expulsar a Rússia da tomada de decisões nos órgãos.
O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, disse, após o envio da carta, que a invasão da Rússia à Ucrânia é inadmissível, mas voltou a criticar a sanções impostas a Moscovo
“As sanções podem agravar os efeitos económicos do conflito e impactar as cadeias de suprimento de produtos essenciais, como alimentos e insumos básicos. Por sua selectividade, as sanções tendem a preservar os interesses imediatos de um pequeno grupo de países - prejudicando a larga maioria, sobretudo dos países em desenvolvimento.
Nas assembleias da ONU, o Brasil chegou a condenar o conflito na Ucrânia, e insiste em dizer que o país está neutro. Essa postura acontece pela proximidade do presidente brasileiro a Vladimir Putin.
Dias antes de o conflito começar, Bolsonaro fez uma visita ao presidente russo em Moscovo.
A carta, segundo o professor de relações internacionais Vinicius Rodrigues Vieira mostra a força de Putin.
“É uma demonstração de que a Rússia é capaz sim de manter relações com países distantes e na esfera da influência americana, mesmo se comportando como um estado pária na comunidade internacional”, diz Vieira.
Na economia, o Brasil é dependente da Rússia na agricultura. Isso porque os russos são um dos maiores exportadores de fertilizantes do mundo.
“Pro agronegócio brasileiro é o principal insumo para manter a nossa força no mercado internacional. Portanto, o Brasil poderia ganhar, sem dúvida, mais presença no mercado russo pro agronegócio.”
Para Bolsonaro, estar próximo a Putin também é benéfico, dizem analistas, que consideram o facto de tentar a reeleição neste ano.