O chefe de governo italiano Mario Draghi, que testou positivo para a Covid-19, deve desistir de uma viagem prevista para esta semana a Angola e ao Congo no âmbito da procura de fornecedores alternativos de energia para a Rússia.
O porta-voz do governo diz que Mario Draghi, de 74 anos, é "assintomático".
Draghi devia deslocar-se quarta-feira a Luanda para se encontrar com o Presidente angolano João Lourenço e, na quinta-feira, a Brazzaville, onde está agendado um encontro com o Chefe de Estado Denis Sassou Nguesso.
Ele será substituído pelo ministro dos Negócios Estrangeiros Luigi Di Maio e pelo da Transição Ecológica, Roberto Cingolani.
A Itália, que importa cerca de 95% do gás que consome, é um dos países europeus mais dependentes do gás russo, que representa 45% das suas importações de gás.
Após a invasão russa da Ucrânia e as sanções ocidentais impostas a Moscovo, o governo italiano lançou uma vasta ofensiva diplomática para diversificar as suas fontes de energia.
Luigi Di Maio viajou para Argélia, Qatar, Congo, Angola e Moçambique.
O próprio Mario Draghi foi a Argel na semana passada, onde anunciou um acordo para aumentar as exportações de gás argelino para a península.
A Argélia, um dos principais parceiros comerciais da Itália, é o seu segundo fornecedor de gás, atrás de Moscovo.
Roma também está a fazer campanha com os seus parceiros europeus por um tecto nos preços do gás. Em entrevista ao Corriere della Sera no domingo, Mario Draghi indicou que a sua proposta será discutida no próximo Conselho Europeu.
“A Europa compra mais da metade do gás exportado pela Rússia. O poder comercial da União Europeia sobre Moscovo é uma arma a ser usada. Limitar os preços do gás reduziria o financiamento que fornecemos à Rússia todos os dias", disse Draghi.