O arranque do ano letivo em Cabo Verde continua marcado para a próxima quinta-feira, 1 de outubro, mas o Governo decidiu adiar o início das aulas na capital Praia para novembro, devido aos números crescentes de casos da covid-19.
A medida, no entanto, não agrada alguns e outros pedem o adiamento a nível nacional.
No total, estão inscritos 132 mil alunos, repartidos entre os níveis pré-escolar, básico e secundário.
A decisão de adiar o início das aulas na capital tomada pelo Governo depois de auscultar representantes dos pais, professores e sindicatos, no entanto, não agrada a Associação Cívica Pró-Praia.
O presidente José Jorge de Pina considera que ela demonstra que não houve uma melhor planificação e tomada de medidas adequadas.
"Nós estamos contra esse tipo de decisões radicais que prejudicam a cidade, depois de falhas das autoridades", critica Pina, enquanto o Sindicato Democrático de Professores(Sindprof) entende que o adiamento no início das aulas devia ser a nível nacional e não apenas na capital.
Apesar do anúncio das medidas de segurança sanitária, a presidente da organização, Lígia Herbert, diz não ser possível evitar contágios no ambiente escolar.
"Estamos preocupados com a vida humana desses pequeninos que não conseguem distinguir o distanciamento social porque a criança brinca, salta, abraça, toma objeto do colega", lembra a professora e dirigente sindical.
A diretora nacional da Educação diz compreender as reações e preocupações levantadas, mas realça que desde o início do processo o Ministério passou a informação de que as medidas seriam tomadas em função da "situação epidemiológica da pandemia".
Leonora Monteiro afirma ser necessário "darmos início às aulas nas regiões do país onde se registam menos casos", e garante que as autoridades estão atentas para atuar em casos de "contágio que se possam verificar no decurso da atividade letiva".
Quanto à cidade da Praia, ela justifica o adiamento com o número de casos registados na capital, o epicentro da doença no arquipélago.