Moçambique tem sido abalado nos últimos anos por vários crimes violentos contra jornalistas, activistas, juízes e procuradores, entre outros.
Analistas defendem ser necessário sanear as instituições ligadas à justiça, sobretudo ao nível da polícia, para acabar com a cultura de impunidade, de modo a que o combate ao crime organizado seja mais eficiente.
Entre as vítimas nos últimos anos estão o acérrimo crítico do Governo, Giles Cistac, o juiz Dinis Silica, que quando foi assassinado tinha em mãos processos relacionados com os raptos, o membro do Conselho Nacional de Defesa e Segurança, indicado pela Renamo, Jeremias Pondeca, o jornalista Paulo Machava, o vice-presidente da Assembleia Provincial de Inhambane, entre outros, cujos assassinatos ainda não foram apurados.
Da mesma forma, ainda não foram apurados os raptores e agressores do jornalista Ercino de Salema, na semana passada.
Da lista dos assassinados consta ainda o procurador Marcelino Vilanculos, tendo sido já julgados e condenados alguns dos assassinos.
Para alguns juristas, a forma como os crimes são praticados, à luz do dia e na via pública, revela a existência de várias lacunas ao nível institucional, sobretudo quando se sabe que alguns desses crimes envolvem quadrilhas muito poderosas, incluindo até agentes da própria polícia.
Esta terça-feira, 3, organizações da sociedade civil submeteram ao Parlamento uma petição repudiando a agressão aos cidadãos e ao atentado à liberdade de expressão, mas há quem duvide que isso possa levar as autoridades a apresentarem resultados.