O Conselho das Religiões de Moçambique (COREM) condenou nesta sexta-feira, 19, a onda de ataques na província de Cabo Delgado, no norte do país.
Os ataques são imputados a grupos radicais alegadamente inspirados pelo fundamentalismo islâmico, mas o Conselho das Religiões afasta qualquer ligação com a fé e diz que se tratam, pura e simplesmente, de bandidos.
“Nenhuma religião, nenhuma fé em Moçambique está ligada à questão do terrorismo de que hoje falamos em Cabo Delgado. Aquele é um assunto, pura e simplesmente de outro quadrante, não tem nada a ver com fé”, disse Albino Amussi, secretário-geral do COREM.
Os ataques já mataram, desde o dia 5 de Outubro de 2017, cerca de 20 pessoas, entre militares, civis. Mocímboa da Praia, Nangade e Palma, são os distritos já atacados.
Alguns analistas relacionam o grupo a movimentos radicais que operam em África, tal como o Al-Shabab.
O Reverendo Marcos Macamo, secretário-geral do Conselho Cristão de Moçambique (CCM), recomenda que o caso seja devidamente investigado, para evitar que se tirem conclusões precipitadas.
“Temos que investir num estudo aprofundado para sabermos o que é que está a acontecer na nossa sociedade, estaríamos a ganhar mais assim, ao invés de simplemente andarmos a imputar nomes e não ir no cerne da questão”, defende Macamo.
Nos dias 30 e 31 do mês em curso, as igrejas moçambicanas vão realizar, na cidade da Beira, a primeira cimeira de paz e reconciliação nacional.
A ideia é discutir as soluções para a paz efectiva e evitar conflitos pré e pós-eleitorais