Recuo do governo
No dia que terminou o prazo dado aos moradores do bairro Dr. António Agostinho Neto, para que abandonassem a zona em virtude dum plano de demolições, o governador da Huíla, Isaac dos Anjos, veio nesta quinta-feira anunciar o adiamento do programa que deveria arrancar em Setembro.
Isaac dos Anjos fez saber em conferência de imprensa, que a falta de condições prévias para proceder o desalojamento e o consequente realojamento das famílias visadas no plano estão na base da decisão do executivo. Disse o governador que, "por atrasos verificados no cumprimento das orientações e uma vez mais da parte da administração municipal do Lubango, nós temos que anunciar que os realojamentos que estavam programados para terem lugar agora durante o mês de Setembro não vão poder ser efectuados, portanto porque as condições não estão totalmente criadas para que tais realojamentos possam ter lugar”.
O atraso na concessão de terrenos aos beneficiários e o não provimento de alguns serviços como de água na nova zona habitacional, foram apontados por Isaac dos Anjos, como razões de fundo para o adiamento da execução do plano agora sem nova data.
Para as famílias a serem desalojadas do bairro Dr. António Agostinho, vulgo Arco-Íris, o governador da Huíla, anunciou já a distribuição de 536 dos 600 lotes preparados:“Para a avenida Salvador Correia que é a avenida que cruza o actual bairro Arco-Íris foram preparados 600 lotes distribuídos 536 na zona da Tchimukua. Esse terreno situa-se na parte frontal do mercado ao Mutundo em termos de ordenamento da Quilemba significa a concessão da unidade de execução número 15”.
O plano de desalojamento do bairro Dr. António Agostinho Neto, faz parte daquilo que as autoridades chamam de "requalificação da cidade do Lubango", que prevê a reabertura da avenida colonial Salvador Correia.
O anúncio da nova vaga de demolições no Lubango está ser contestada por várias organizações internacionais como a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch. Ambas reprovam as medidas adoptadas pelas autoridades angolanas. Apelam não só ao fim das mesmas como também exigem o respeito pelas normas internacionais em matéria de direitos humanos.